Tecnologia na infância: aliada ou vilã?

Em um mundo cada vez mais conectado, afastar da vida das crianças o uso de dispositivos como celulares, tablets, computadores e TVs pode ser uma tarefa praticamente impossível para os pais e responsáveis. Inclusive, no Dia das Crianças deste ano, os eletrônicos apareceram como itens comuns para se presentear, segundo pesquisa da Inteligência de Mercado dos Negócios Globo. 

Mas há quem consiga fazer as telinhas serem aliadas na educação e desenvolvimento dos jovens, como expõe o especialista e docente do Senac, Cristhian Bini: “São inúmeros os benefícios que a tecnologia pode trazer, no entanto o mais importante é saber administrar o tempo que se gasta com esse tipo de atividade. É essencial lembrar que excesso de informação não significa conhecimento. Acima de tudo, os pais devem acompanhar o tipo de conteúdo que os filhos estão consumindo e entender se o contexto e a qualidade dessas informações que chegam através dos aparelhos de celulares, computadores e televisores são realmente importantes e saudáveis”, explica Bini. 

A OMS (Organização Mundial da Saúde) orienta que crianças de até cinco anos de idade não devem ser expostas a mais de uma hora de telas por dia. A organização também reconhece que, desde a pandemia de Covid-19, o tempo de uso de eletrônicos por parte das crianças aumentou. 

Entre as vantagens que o bom uso das telas pode trazer estão melhora no aprendizado, desenvolvimento de habilidades linguísticas, socialização e até coordenação motora. Porém, o especialista Christian Bini reitera: o acompanhamento e mediação dos responsáveis no conteúdo é essencial e defende que, contrário ao consumo desenfreado, os jovens tenham também a oportunidade de reelaborar e organizar o conhecimento, visando uma nova construção de ideias. 

“A parceria entre pais e responsáveis com os filhos é fundamental para os desenvolvimentos desses jovens. Os pais devem ser os maiores apoiadores das iniciativas deles”, conclui. 

Jogar e aprender 

Quem pode vivenciar e até mesmo amplificar os benefícios da tecnologia na prática são os alunos do curso Técnico em Desenvolvimento de Sistemas do Senac em Uberlândia. Com as ferramentas em sala de aula, os estudantes unem o lúdico ao educacional ao desenvolverem jogos. 

Alunos do Triângulo desenvolvem jogos com proposta positiva.

“Tornar a programação agradável, adequando conteúdos para a vida da criança ou do jovem em seus momentos de lazer, e possibilitar um aprendizado incrivelmente rápido e bem estruturado. Os jogos podem ser aliados na alfabetização, no desenvolvimento do raciocínio lógico e até mesmo no estudo de novos idiomas. A base da infância está na criatividade e no aprendizado e as experiências com jogos proporcionam isso e muito mais”, explica o Guilherme Borges, de 21 anos, aluno do curso. 

As configurações e toda parte de criação ficam a cargo da criatividade dos alunos, que são estimulados pelos docentes a realizarem manualmente os algoritmos e linguagens de programação que aprenderam durante a formação. As aplicações podem ser executadas nos computadores pessoais e os alunos estão buscando uma solução para fazer os jogos rodarem on-line, por meio do navegador, tendo em vista que as maiores aplicações hoje se utilizam da Cloud Computing (Nuvem). 

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