Food truck: ainda vale a pena investir?

Negócio deixou de ser novidade em Belo Horizonte; número de empreendedores cresce rapidamente

De uns anos pra cá, a comida de rua tem se sofisticado. Os tradicionais carrinhos de cachorro-quente e trailers de sanduíches, cada vez mais, disputam espaço, nas praças e em eventos, com os food trucks, aqueles charmosos veículos coloridos que oferecem opções de alimentação com mais variedade e qualidade.

Porém, com o atual cenário econômico, muitas pessoas resolveram aventurar-se no negócio, motivadas pelo modismo e iludidas pelos altos rendimentos que o empreendimento parece oferecer. Com isso, segundo a Associação Mineira de Food Truck, o número de unidades em Belo Horizonte quase quadriplicou em menos de um ano, passando de 44 caminhões, em agosto de 2015, para nada menos que 160, em julho deste ano. “Ao mesmo tempo em que a oferta aumentou, caiu a demanda por esse tipo de alimentação”, explica Felipe Corrêa, presidente da associação.

Mas eu quero tentar. Como começar?

Para a analista da Unidade de Mercado do Sebrae Alessandra Ribeiro Simões, ainda há espaço para novos empreendimentos. “Há muitos empresários que, inclusive, estão ampliando seu negócio, como é o caso do Cadê Meu Brigadeiro e do Crepioca, pioneiros em Belo Horizonte”, exemplifica. Porém, a especialista alerta que, para ter sucesso, é preciso estar bem preparado. “O cliente quer consumir um produto gourmetizado, com segurança alimentar, mas num espaço mais informal e por um preço mais acessível”, explica.

Alessandra sugere fazer uma autoavaliação antes de se decidir sobre investir ou não no negócio. Ela ensina que é preciso saber gerenciar, produzir alimentos de qualidade e se relacionar com o público, além de ter bastante energia e gostar de trabalhar no agito dos eventos. Outra dica é pesquisar bastante o negócio. “Converse com empresários que estão há mais tempo no ramo e procure a associação. Coloque-se no lugar do cliente e reflita se o produto que você pretende vender irá agradar ao público que você pretende atender”, orienta. Para saber mais sobre o negócio, consulte o manual publicado pelo Sebrae Minas.

Luciano Nery, do Crepioca, um dos pioneiros em Belo Horizonte, cresceu e agora diversifica os produtos comercializadosMari G.R.L.

Luciano Nery, do Crepioca, um dos pioneiros em Belo Horizonte, cresceu e agora diversifica os produtos comercializados

Food Trucks têm se tornado presenças comuns nos eventos de Belo Horizonte, como no Piquenique Sesc 70 AnosTarcísio de Paula / Sesc

Food Trucks têm se tornado presenças comuns nos eventos de Belo Horizonte, como no Piquenique Sesc 70 Anos

A dica de um especialista

Pioneiro no segmento de food truck na capital paulista, Márcio Silva, dono do Buzina Food Truck, é um otimista com conhecimento de causa. Para ele, o que conta mesmo é ter qualidade e agradar o cliente. “Trabalhe com o que você gosta. Vendo hambúrgueres porque sou apaixonado por eles, mas sempre tenho outras opções de pratos para servir.” Márcio acredita que sempre há espaço para quem quer inovar. “Comida vegetariana ou de outras etnias, como mexicana, indiana ou tailandesa são opções atrativas que não vejo ninguém oferecer nas ruas”, observa.

Márcio Silva, de São Paulo, dono do Buzina, um dos primeiros Food Trucks do BrasilSimplesmente Retrato

Márcio Silva, de São Paulo, dono do Buzina, um dos primeiros Food Trucks, do Brasil

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