A linha do tempo do biscoito

O Primordios da Cozinha Mineira, através da assessora de projetos especiais, Vani Pedrosa, realiza uma vasta pesquisa sobre a história de um dos quitutes favoritos dos mineiros: o biscoito! Acompanhe abaixo a linha do tempo do biscoito!


Os biscoitos foram desenvolvidos por um processo técnico que remonta ao tempo do homem das cavernas, após a descoberta do fogo, quando esses usavam das pedras para moer os grãos e misturá-los à água e fazer uma “papa” que era levada ao fogo para fazer os mingaus. Uma sequência natural foi o processo técnico de secar ao fogo esse mingau, para que o alimento seco que pudesse conservar melhor nas viagens, que a vida nômade do período, exigia.

Foi na França que o processo citado à cima foi nominado, a partir desse processo técnico de cozinhar duas vezes (fazer um mingau e assar). Para isso foram usadas as palavras “bis” (duas vezes) e “coctus” (cozido), criando assim a palavra biscoito.

Com a ampliação das diversas culturas mundiais os primeiros biscoitos ainda na idade antiga foram ganhando identidade e a personalidade de cada lugar. Acrescido do especiarias no Egito, de mel na Arábia, os biscoitos começaram a trilhar um caminho para se tornarem um alimento requintado e muito apreciado, chegando ao ponto em que um escravo que fosse especialista em biscoitos fosse considerado como muito valioso, sendo eu senhor um alvo de ataques para que o usurpador pudesse se apropriar desse escravo.

A popularização dos biscoitos veio com o Império Romano por meio dos fornos romanos onde um padeiro assava em praça pública os pães feitos pelas famílias, que o pagavam para esse serviço. A forma de fazer dos biscoitos foram assim difundidas para o grande público.

Outro elemento de difusão dos biscoitos pelo mundo foi o período das grandes navegações, por sua maior durabilidade os biscoitos eram receitas preferidas para a viagem dos navegadores, nesse caso os biscoitos eram muito duros. Para comê-los era preciso mergulhá-los no chá ou nas sopas, forma que os biscoitos são até hoje consumidos.

A partir de meados do século XVII, novos paladares foram agregados com advento das confeitarias e padarias, e a chegada dos novos alimentos vindos das américas, como o chocolate, o abacaxi e as frutas tropicais, se tronou possível que os biscoitos pudessem ser produzidos com novos sabores além das especiarias: as frutas cítricas e vermelhas, o chocolate, e as frutas de clima temperado, fizeram o chá Inglês ser muito mais valorizado, bem como as confeitarias com seus biscoitos refinados eram o que havia de mais refinado em termo de gastronomia durante a Belle Époque.

A revolução industrial propiciou a produção em escala dos biscoitos agregando novos ingredientes tais como essências, chocolate ou chás, para criar sabores e estimular sua venda. Com as novas criações houve um súbito crescimento no comércio de biscoitos, o que fez com que novos métodos de fabricação fossem criados. Era o início de sua industrialização.

Dos países europeus, a Inglaterra destacou-se mundialmente na fabricação de biscoito chamados à nova moda francesa da Nouvelle Coizine: Peti Fours. Era um dos grandes produtores, fabricava vários tipos muito saborosos e procurados. Com a grande procura, começou a exportar o produto para suas colônias, chegando aos Estados Unidos.

A princípio, os Estados Unidos não tinham equipamentos necessários para fabricá-los e ao perceber a possibilidade de crescimento econômico neste setor, instalaram rapidamente suas indústrias de biscoito, chamados na época de biscuit. Estava assim determinado o declínio das importações de biscoitos ingleses e o início da indústria norte-americana no segmento. Seu crescimento se fez de forma acelerada e até o nome ‘biscuit’ foi substituído por ‘cookies’.

Atualmente contamos com uma enorme diversidade de biscoitos, industrializados entre doces e salgados, com uma indústria altamente especializada, e um total controle de qualidade. Seu mercado está dentro de um processo de sofisticação e desenvolvimento.

No entanto, outra linha de biscoitos vem ganhando destaque no estado de Minas Gerais, são as quitandas mineiras, que, possuem nos biscoitos um grande expoente da economia artesanal mineira. São centenas de receitas que hoje podem ser encontradas nos principais supermercados, nas padarias nas casas especializadas e até nos sacolões e nas ferinhas de fim de semana. Eles podem ser encontrados feitos não só com a farinha de trigo, mas com uma infinidade de farinhas, como milho, polvilho, dentre outras, alguns até são elementos de dietas restritivas de carboidratos.

Getty Images/iStockphoto

Os biscoitos também adquiriram um novo status na cozinha mineira contemporânea: o de ser ingrediente, com os biscoitos pode-se fazer sobremesas dentre outras delícias. tortas salgadas, sorvetes e doces.

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